terça-feira, 5 de julho de 2011

A dupla condição da certeza do conhecimento

O seu interesse não se volta tanto a uma mera comprovação d existência de Deus; ele quer, sim, proceder à demonstração epistemológica de que o fundamento de toa segurança do conhecimento pretendido repousa sobre o fato de que a existência de Deus seja verdade indubitável. De acordo com as três proposições superiores, Boaventura estabelece três vias, cada uma com dez argumentos: 1 uma primeira via, através da evidência da verdade arraigada a partir d própria natureza e que se expressa, por exemplo, no anseio por saber e felicidade; 2 outra via pelas assim chamadas determinações disjuntivas do ser -cada ente é ou prematuro ou tardio, perfeito ou imperfeito etc.- as quais pressupõem a aceitação de um ente pura e simplesmente primeiro, perfeito, real e imutável, sem o qual não poderia nem mesmo haver o conceito de um ente finito e mutável; 3 uma terceira via é a do conceito anselmiano de Deus (a possibilidade de concebê-lo).     
A excelência do conhecimento (nobilitas cognitionis) esta ligada a uma dupla condição: à imutabilidade (immutabilitas) por parte do objeto da cognição e à infalibilidade (infallibilitas) por parte do sujeito da cognição. Como geral, porém, a luz natural do conhecimento não é infalível quando se baseia em sua própria força, e coo, por conseguinte a verdade criada não simplesmente imutável para se chegar ao conhecimento pleno, é preciso que haja remissão a uma verdade fixa e imutável em seu todo, que confira imutabilidade ao objeto da cognição e o sujeito da cognição, e a uma luz infalível ao seu todo, eis a arte criadora suprema, dispondo se um ser triplo: à medida que se atuam no entendimento (in mente), em seu próprio gênero (in próprio genere) e na arte criadora (in arte aetena). Por assim um conhecimento certo e seguro exige que à alma cognoscente apreenda as coisas não apenas por via conceitual ou categorial em seu ser próprio-mutável- e adequado a seu gênero mais sim as que o “toque de alguma maneira, à medida que elas estejam na arte criadora eterna”.    

3 comentários:

  1. As informações contidas no blog são suficientes para entender que Boaventura era um filósofo que tentava unir teologia e filosofia, sendo que esta última deveria buscar na outra as respostas que levam ao caminho correto. Sendo amigo de Tomás de Aquino, não é de se estranhar a linha de seus pensamentos.

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  2. Para São Boaventura fica exemplificado no texto que todo seu pensamento estar voltado em torno da relação de homem e de Deus, e de finito e infinito, onde todo fundamento do conhecimento estar na existência de Deus como verdade indubitável. É importante observar também que em todo instante ele tenta unir a filosofia com a teologia, argumentando através da filosofia a existência de Deus. É, portanto, que a certeza de conhecimento que conduz o homem ou caminho ascendente do espírito rumo à Deus. Para que o conhecimento se torne coerente, é preciso que a filosofia e a teologia ande juntas, para se chegar a determinadas ciências. fica claro o que foi dito no texto sobre a filosofia de São Boaventura.

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  3. "A excelência do conhecimento (nobilitas cognitionis) esta ligada a uma dupla condição: à imutabilidade (immutabilitas) por parte do objeto da cognição e à infalibilidade (infallibilitas) por parte do sujeito da cognição."

    As consequências de uma assunção como esta são muito sérias, ao que parece Boaventura incorreu no mesmíssimo erro de Platão de apelo à imutabilidade do objeto como condição para se conhecer, e o que é mais grave, à infalibilidade.

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